A metalinguagem do Nada

Escrevo para marcar os meus pecados na minha alma.

1. Poemas (ou algo do tipo) escritos


Amor de mãe 

Foi como caminhar no escuro sozinho.

Foi como se deparar com o abismo.

Foi como rastejar na lama.

Foi como sentir o cheiro podre do próprio cadáver.

Foi como sentir e ver as moscas ao redor de mim.

Foi gritar e ninguém me ouvir.


O amarelo que tanto busquei.

Nela, eu jamais encontrei.

O amarelo que preenchia meus desenhos.

Ao cair da noite se tornavam pesadelos.


Noites sem fim.

O medo é o único sentimento que habita em mim.

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Belos fins

E sobre os belos fins que carregamos conosco?

É uma linda saudade daquele amor que não vai voltar.

Não vai voltar, vai te empurrar.


Te empurrar para novos amores.


A saudade é apenas a prova de que valeu a pena.

Inclusive a pena da perda.


A saudade é o caminho de um infinito para outro.

A vida é uma saudade.


A vida é uma saudade de Deus.

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Traidores

Somos todos traidores. 

Traímos nossos sonhos. 

Traímos o tempo em que vivemos sem viver.

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Sentir

Sinto saudades de sentir.

Sinto a falta daquilo que sei, mas não sei dizer.

Sinto, mas não sinto.

Esquecido eu estou.


Qual o sentido do sentir?

Alguma resposta que se sinta?

Todas elas.


O que me resta sentir?

Saudades.

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Sonhamos

Buscamos aquilo que conseguimos agarrar.

O que não buscamos, apenas sonhamos.

E o que sonhamos... sempre sonhamos.

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O que seria?

O que seria do passado sem o fim para o ser?

O que seria do futuro sem um começo para o ser?

O que seria do agora sem o começo do futuro e o fim do passado?

O que seria do agora se não um fim e um começo ao mesmo tempo?

O que seria do tempo sem o fim e o agora?

O que seria do fim e do agora sem o tempo?

O que seria de um que só seria pelo outro e o outro que só pode ser na presença do outro? 

O que seria se fosse apenas um indo atrás do outro?

O que seria de tudo se não apenas o agora?

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Quem

Aceleramos até sumir e nos anulamos na nossa própria busca. 

Sumimos junto com o segundo que acabou de passar.

Sem fim ou começo, apenas fins e começos.

Quem bom.

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Tecidos lançados

Tudo o que deveria ser e não é, é isso que é (Jesus). 

Criações se dão na imperfeição, afinal elas são o todo e não o nada. 

Criamos a partir do perfeito no imperfeito. 

Criamos a partir de Deus no criador. 

Criamos a partir de Deus em nós mesmos. 

Criamos a partir de Deus.

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Papo chato

Por que é tão gostoso ser feliz?

E por que é tão ruim ser triste?

Por que não pode ser gostoso ser triste e ruim ser feliz?

Por que tudo isso nos guia?

Eu hein, tanto faz. Que papo chato esse de felicidade e tristeza.

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Amarelo

Amem as crianças de gostam de amarelo.

Atenção nelas!

Um pouco de cuidado também.

Por que…


O amarelo é impossível de parar.

O amarelo é a manutenção do eterno.

O amarelo queima e atrai ao mesmo tempo.


Como o sol.


Como o sol que poderia ser verde, mas é amarelo.

Ele entra na nossa respiração e nos preenche.

Como o sol, percebemos ele quando ele ali já estava.

Como o amor que queima no seu peito.


O amarelo é bem assim.

O amarelo só é percebido depois que ele é uma realidade a muito tempo.


Como o ódio que queima no seu peito.


O amarelo é bem assim.

Ame o amarelo, mas cuidado com ele.

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Antes

Sentimos antes de perceber.

Sentimos antes de notar.

Sentimos antes de pensar.


Os sentimentos batem, sopram e queimam.

Mas, sinceramente… prefiro aqueles que preencham.

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Já foi.

As vezes tenho medo dos meus amores.

As vezes tenho medo do passado.

Por que medo se ja foi?

Já foi?

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Músicas que doem

Músicas que doem, doem porque organizam.

Elas entram e colocam cada sentimento no seu devido lugar.

E toca em todos, até os que doem.

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Verdade

A verdade me parece complexa

Complexa de ser entendida

Quase contraditória

Não faz sentido, se não percebida


A verdade é um sentimento?

Os sentimentos são a verdade?

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Suicida

Amor a um suicida.

Amar aquele que matou o seu amor.

Amor mais profundo que existe.

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Chorar

Chorar é como tirar a roupa.

As vezes frio e dolorido.

Rápido queremos o fim.

Rápido nos escondemos assim.


Mas, as vezes…


Chorar é como tirar a roupa.

As vezes quente e aliviante.

Lento e querendo que aumente sem fim.

Devagar nos escondemos assim.

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Caos

Eu quis largar ela por amor próprio.

Por amor a mim mesmo.


Amor próprio nem sempre é sobre você.

Amor próprio as vezes é sobre o não você.


Eu quis largar ela por amor.

Por amor a ela.

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Prisão

Seria tão mais fácil se eu gostasse menos de você.

Como eu gostaria de gostar menos de você.

Mas, percebi que eu não consigo.

Não importa o que vai ser daqui pra frente.

A única verdade que sei é que te amo. E não consigo mudar isso.

Você vai estar pra sempre no meu coração, estando com ele em suas mãos ou não.

Um amor impossível?

Possível no meu coração.

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Esquecido

Eu lembro de me preocupar por me importar com você.

Eu lembro de sonhar por amar você.

Eu lembro de escrever meus sentimentos pra você.

Eu lembro de sentir ciúme de você saindo tão linda assim.

Eu lembro de colocar tudo em jogo e perder o jogo.


Agora eu não me lembro nem mais quem eu sou.

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Noite sem estrelas

O medo me fez cruzar a esfera.

Me fez voar só de ida do outono para a primavera.


E quando lá cheguei…

Sem medo?

Sem medo!

Eu pensei.


Que tolice.

A expectativa pressupõe o medo.

Viver sem ele, eu já não sei.


Que tolice.

“Sem medo” já tem medo.

Acabar com o medo, pressupõe medo.


Estar em contato com o ar que queima é estar completamente tomado pelo medo.

É cruzar a esfera do desapego.


Deus é medo.

E eu também.

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Equilíbrio

Criamos quem queremos ser para nos livrarmos do nosso começo que já existia.

O nosso começo são nossos pais.

Os revoltados vão contra.

Pacificadores vão a favor.

Em uma unidade como o todo, entendemos agora a necessidade do equilíbrio.

Assim como o equilíbrio.

Precisamos dele para superar o nosso criador e assim criarmos quem queremos ser.

O nosso criador precisa ser superado.

Ele irá morrer no equilíbrio.

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Vozes do sentir

Eu quero uma nova voz dentro de mim.

Eu quero uma voz que fale sobre meus sentimentos.

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1 ponto

A chave para o todo está no nada.

É para nada e por nada que fazemos aquilo que é porque é.

É pra nada que mora o sentido.

É no nada que o sentido se faz.

É no nada que nos preenchemos com o todo.

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Para Nada

Deus não existe, Deus é.

É porque somos ele e somos o que somos, assim como Deus é.

O criador não é perfeito, ao passo que também não somos.

O criador é e vem sendo e vai sendo assim como nós.

O criador será perfeito quando nós formos, será perfeito mediante ao Nada.


Nada. Esse sim é o verdadeiro Deus.


Quando finalmente o criador preencher todo o Nada, ele será perfeito ao ser Nada.

Quando nós preenchemos todo o Nada seremos perfeitos.

Quando chegarmos na borda, tudo o que restará é o Nada.

Nada para criarmos o novo a partir dele.


O criador pode até ser a causa primária, mas ele precisou nos criar a partir do Nada.


O Nada não existe, o Nada é.

O universo que existe dentro de nós, existe dentro de Deus.

Estamos criando junto com ele.

Estamos criando juntos.

Por isso criamos… para Nada... para Deus.

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Nós somos

Aprender é um ato de esquecimento.

Aprender é esquecer das ilusões e lembrar que o amor que emana é por si próprio.


Aprender é sentir a verdade que percorre seu corpo e te liberta da culpa de ser quem você é.


Aprender é errado.

Aprender é certo.


A razão é como olhar no reflexo e ver a luz de Deus.

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Como uma manhã de inverno

Essa noite eu senti a morte.

É real, é evidente, é inabalável e sim, é julgadora.

A morte vem e nos confronta, nos confronta com nossa imensa falta de vida.

E é linda. Linda como uma manhã de inverno.

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Fogo verde

Na terra o verde prevalece.

Na água o azul prevalece.

No ar o branco prevalece.


No fogo o amarelo prevalece.


O fogo me fez esquecer, me fez esquecer daquelas noites.

O fogo me fez esquecer dela.

O fogo me fez seguir em frente.

O fogo me lembra que aquilo que queimou... queimou e não volta mais.


Mas, por que tem verde no meu fogo?

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As mulheres

Não romantize o amor.

Apenas saiba que ele é o melhor, sempre.

Assim como um café fresco pela manhã fria.


Não escute esses idiotas que fazem cara tonta ao falar do amor.

Não escute as crianças, escute as mulheres.

Odeio os românticos do amor, bando de drogados.

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Amor de uma nova mãe

Finalmente, alguém me ama.

Finalmente, eu senti.

Finalmente eu sei como é ser amado por alguém.

Finalmente eu sinto o amor que nela nunca percebi.


Finalmente a minha resposta chegou.

E ela me ensinou.

Me ensinou o que acontece depois.


Depois. 

Depois do amor.


E depois do amor?

Depois que alguém nos ama com todo o coração?

E depois do amor?

O que acontece?

O que acontece depois do amor?


Uma abertura.


Uma centelha de luz que rasga.

Rasga a sua mente com a luz de Deus.


Obrigado.


2. Sobre o Nada


PONTO DE PARTIDA

Você se lembra de alguém que amou muito e hoje não está mais com você?


Claro que sim.


Imagine só um relacionamento que viverá para sempre. Imagine porque ele também é. 


Assim todos os outros, ele só é. 


Toda dor do término está relacionada a nós mesmo tentando matar aquilo que não irá morrer com o tempo, sendo que o tempo é sempre um infinito. 


Para uma perspectiva sim para outro sempre sem fim. 


Eu disse ‘um infinito’ e não ‘o infinito’. Não se iluda, há infinitos infinitos.


O fim existe na momentaneidade que é fim. 

E sendo fim não é nada além da iminência do novo. 

 

É como se o fim existisse assim como o não fim também. 


Simultaneamente. 


Duas negações se aceitando, imaginou que louco? 


É um lado a álgebra e do outro a geometria. 


O fim precisa do infinito. Não existe tempo fora da atemporalidade. 


Tudo é para sempre e ao mesmo tempo que tudo vai passar. Ao mesmo tempo. 


Por isso, podemos lembrar do passado. 


A lembrança é você usando uma marcação de agora para reviver uma antiga, mas essa marcação de agora só chegou no agora porque na verdade são outras dimensões atuando. 


É como se tivéssemos diversas dimensões coexistindo ao mesmo tempo. 


O tempo é marcado pelo passado, futuro e dois presentes. Sendo o primeiro presente destinado às conexões humanas e o segundo presente destinado às projeções humanas. 


Conexões e Projeções.


A conexão e a projeção nunca irão coexistir. Ou você está no agora lembrando o passado e projetando o futuro ou você está no agora criando ou interagindo com o restante. 


Se você não cria e não interage, você está fadado a viver do passado ou do futuro. 


O passado e o futuro coexistem ao mesmo tempo, as folhas estão uma em cima da outra. 


O pensamento de futuro como algo que não aconteceu ainda é errado, sendo que ele só é futuro quando presente. O futuro é o agora e o passado também. 


Por isso são planos e os planos existem sob um conjunto de pontos que estão em outros planos. 


É por isso que o tempo fura esses 3 planos não como uma folha, mas sim como um tecido que balança e às vezes se encostam.


Toda vez que ele balança ele bate no de cima e vice versa. 


É como se nesse momento eles estão acontecendo muito próximos, quase a mesma coisa mas não a mesma coisa. Afinal, um plano quando bate no outro não se desintegra e vira o outro; ele ainda é.


Viver é estar constantemente transitando nesses 4 planos, porém lembre-se que o controle é uma ilusão. O danças dos planos é como o vestido de uma linda senhora, cheio de camadas que escondem a verdadeira beleza por trás.


Não cabe a nós, isso vai acontecendo além da nossa unidade, fique tranquilo. 


O existir desse todo, a dança das 4 dimensões se faz presente numa busca constante e infinita de preenchimento mediante ao Nada que a preenche. Imagine um fio de água preenchendo um jarro vazio. Imagine um fio de água preenchendo um jarro cheio de ar. Imagine o todo preenchendo o Nada que já era muito antes do todo ser.


Tempo e espaço não coexistem, eles vão substituindo um pelo outro a todo momento. 


Não é como se o mundo, sim o mundo mesmo pensando como uma bola de terra, fosse uma coisa sem o tempo. Ele surge a todo momento, como uma imagem em uma tela. A imagem existe e não existe; o tempo vai reproduzindo ela. 


A imagem vai existindo e a antiga morrendo para a nova existir a todo momento. O material vai sumindo e um novo vai existindo a todo momento. Não é que ele já existe e o tempo vai corroendo. 


A única comparação macro e micro que podemos fazer é quando morrermos. Morrer é só mais uma de várias mortes que temos desde sempre, mas dessa vez essa morte consiste apenas que próxima vez que nascer, vou nascer de outra forma diferente, é uma criação diferente das demais. 


É como se dessa vez eu tivesse caído na cauda da curva normal. E dessa vez a semente geradora irá criar um cenário completamente inesperado. 


Chamado hoje de Deus, um dia vamos entender que ele é na verdade um (um e não “o”) criador apenas, ou simplesmente o tempo. 


O tempo é a inteligência por trás das coisas é a inteligência que da forma para que o que tem que acontecer, simplesmente acontece. É a inteligência que faz seu coração bater. É o tempo que faz meu olho ser feito para olhar. É o tempo que faz o meu joelho ser feito para dobrar.


Toda essa inteligencia caminha na necessidade de expansão e busca infinita de vida. Esse movimento do tempo esbarra a todo momento no Nada, é um encontro, um choque profundo entre os dois teimando em coexistirem simultanemante. E é nesse choque que a expansão para novas 4 dimensões se fazem necessário. Assim como o que chamamos hoje de "big bang".


O encontro completo do todo com o Nada é o momento em que ocorrerá a nova criação.

É neste momento que vamos para dimensões além das 4.

E é nesse momento que nos tornaremos criadores da nossa própria realidade.

A criação de um novo todo. Isso é o entendimento de infinito. 


E assim o ciclo segue eternamente.

A volta do todo para o Nada.

A nossa volta para Deus.


E enfim, criamos.


NOTA PARA OS AMIGOS QUE PENSAM EM LINHA RETA:


Sim, existia/existe/existirá um universo antes desse universo. Sim existia/existe/existirá um todo antes desse todo. Mas, tudo isso só é, sempre foi, está sendo e vai ser mediante ao Nada.


Tente se imaginar fora do seu corpo. Agora tente se imaginar fora do universo.



PISTAS DEIXADAS POR DEUS


Arte (conforme descoberta por Nietzsche).



SENTIMENTOS (OS QUE É E OS DERIVADOS DO É: ÉS)


Medo – Deus é medo


Preciso refletir junto a você sobre o medo. Porque nesse momento, estou completamente tomado por ele.


O medo pode ser entendido como a aflição de superarmos o tempo que estamos submersos e conseguirmos coexistir junto ao nada independe dele. 


Sendo assim, temos medo na verdade de sermos Deuses. 


Temos medo de estarmos sozinhos no nada. Temos medo de superar Deus, se assim preferir. 


O que é compressível, mas infantil.


Por isso, quando sentimos medo, a primeira coisa que nos vem à mente é: fugir daquele momento em nossas cabeças. 


E o fazemos, fugimos sempre para onde? 


Para qualquer passado em que o medo não se fazia presente ou para qualquer delírio de futuro em que o medo não exista.

Em outras palavras, estamos com medo de estar no agora, sendo que o agora é a única chance que temos de superar a ele mesmo,

porque o agora nada mais é do que o nada coexistindo com o tempo.


Temos medo porque quando sentimos medo, estamos separados com o nada. Logo, me faz concluir que enquanto o medo existir jamais poderemos ser Deuses.

Porque ser Deus implica sentir medo o tempo todo sob a perspectiva de quem sente medo. Porém, sob a perspectiva de quem o superou, só lhe resta a criação.


O medo do escuro advém da falta da imagem sobre o mundo que nos cerca. Isso te lembra alguma coisa? 


Exatamente, o nada. 


Note a similaridade da existência.

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Felicidade


Felicidade é ouvir música. Arte, se assim preferir.


Felicidade é contemplar o tempo. É estar imerso nele, é fazer com ele se valha por ele mesmo. É querer que ele não acabe nunca. É querer estar com aquele tempo.

É como estar com Deus, se preferir chamar assim. É como aplaudir aquele momento vivido.


Mas, não confunda felicidade com amor.


Em outras palavras, a felicidade é por superar o próprio tempo que está imerso, ao passo que só se faz presente quando imerso no mesmo.

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Medo? Coragem.


Coragem, a superação do medo para nos deparamos com a criação. Sendo ele a superação do medo, o medo em primeira instância se faz necessário.


O medo existe para ser superado (sim, se você está pensando em Deus aqui, a única coisa que consigo dizer para você é: pois é).

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Prazer – conexão


Maior ato de coragem (sim, se você está pensando no medo aqui, a única coisa que consigo dizer para você é: pois é).


Medo, coragem, prazer. Se você não entendeu, é porque nunca conseguiu transar com alguém na vida. Lamento.


O prazer é complexo. O mais complexo de todos os caminhos. Ele é complexo porque ele é dual. 


Há o prazer que te guia para o amor.


Seja ele pela sua existência sendo assim, o amor pela conexão que existe entre você e o tempo do qual está imerso. Seja ele pelo amor que conecta você ao outro.

Se não fosse extremamente prazeroso amar ao próximo, não amaríamos.


Há o prazer que te guia para o sofrimento.


Seja ele pela sua existência sendo assim, o sofrimento pela conexão que existe entre você e o tempo do qual está imerso. Seja ele pelo sofrimento que conecta você ao outro.

Se não fosse extremamente prazeroso causar sofrimento ao próximo, não o faríamos.


O prazer se faz presente em uma bifurcação.

O prazer só se faz presente quando conexao.



Nada e tempo. Quarta dimensão.

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Morte


É passado. Sempre passado. Só passado. 


Sendo o passado somente possível no agora - e quando o é, não é mais - todos aqueles que não gostaríamos que nos deixassem fisicamente

(seja pela morte física, seja pela morte da conexão entre vocês apenas)

continuarão para sempre em nós, buscando-os no passado para existirem no agora.


O ponto de partida de qualquer reflexão precisa se dar na morte, ela é a certeza norteadora do pensamento. A base para o progresso. 


Uma sociedade que teme a morte, uma sociedade que não fala sobre a morte; é uma sociedade fadada a viver em luto mediante ao caos. 


Caos oriundo da manutenção progressiva da bestialidade imposta por aqueles que usufruem de heranças que perduram por séculos para assim se manterem

usuários vitalícios de um sadismo sofisticado que desarmonia e limita as diferentes possibilidades de visões individuais de mundo. 


Para eles importa a morte ser um horror. Para você, não deveria.


Jamais o fim. 


Você não vai morrer, você já está morto. A todo o momento. A morte é necessária para que o eterno possa se fazer presente além da nossa capacidade de controlá-lo. 


Venha comigo.


Toda vez que você se recorda de alguém que morreu, esse é o real sentido do termo: existir para além de você mesmo.


Sendo, portanto, a existência fadada ao relacionamento, caso contrário ela mesmo já não a seria. 


O canal, portanto, responsável pelo relacionamento nada mais é do que uma criação sua e do outro. Esse canal pode ser construído através do amor ou através do sofrimento. 


Sendo-os, portanto, instâncias dos és.


Estranho? Bom, então pergunte a si mesmo: para que serve o seu filho?


Ele é uma criação sua e de mais alguém, e aposto que quando o fez não estava pensando na utilidade que o mesmo teria para o mundo.

Quando o fez estava simplesmente gozando de um enorme prazer. Literalmente.


A vida surge de um enorme prazer.


Estranho? Bom, então pergunte a si mesmo para que ficar com 1 pessoa por anos, se não quase todos os anos de sua vida, sendo que inúmeras outras pessoas poderiam o alegrar imensamente.


Estranho? Pergunte a si mesmo, para além da instância do prazer, o real sentido de causar sofrimento ao próximo?


É pela necessidade que temos de existirmos para além da nossa existência. Seja essa pós existência perturbadora ou alegradora.

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Amor


Amor é querermos compartilhar uma criação com outro criador. 


Quando queremos encher o coração do próximo de coragem. 

Quando queremos mostrar a nossa beleza para o próximo. 

Quando queremos mostrar e dar para o próximo aquilo que temos de melhor, aquilo que nos é mais belo. 


E não para nada, não é servo do nada, é para adentrar no nada, sendo assim o amor és.


O amor ensina porque é sem sombra de dúvidas, o melhor lugar, no melhor momento, para se estar fazendo o melhor. 


Melhor de si mesmo, e não o bem.


Uma revolta de boca fechada.

Um ato de perdão pelo coração.

Uma superação pelo equílibrio.


Em outras palavras, ele supera o próprio tempo que está imerso, ao passo que só se faz presente quando imerso no mesmo.

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Solidão


Ilusão.


A solidão não existe, simplesmente porque não há o existir sem o coexistir.


Nada e tempo.


Note a similaridade da existência.

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Liberdade


O risco de estar com muito medo.


Não entenda errado. Liberdade não é sentir o risco de estar com medo. Liberdade é o próprio risco. Sendo-a, não é futuro, liberdade é.

Se é, o medo não será, ele já está lá.


Liberdade é estar consumido por esse risco. Risco de ser, fazer e pensar da forma que o apetece.


Em outras palavras, ela supera o próprio tempo que está imerso, ao passo que só se faz presente quando imerso no mesmo.

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Verdade


Verdade é única certeza de uma ação. Há sempre muito movimento quando há muita verdade. A verdade apenas é um caminho para a liberdade.

Muito mais do que qualquer razão, fórmula ou padronização, a verdade se faz muito mais presente no que hoje chamamos de sentimento.


A verdade é um sentimento.


Sentimento de ser, estar, pensar e frequentar somente aquilo que lhe apetece.


Sempre há verdade onde há muita personalidade.

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Paciência 


Paciência é não se deixar levar pelo futuro ou pelo passado, sendo que ambos nunca serão, sendo que quando os for serão o mais paciente presente. 


Portanto, deixaremos eles serem quando tiver que ser e tenhamos a coragem de viver na incerteza do agora.

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Mentira


Mentir é o maior exercício do ego, sendo que consiste em achar que controla até mesmo o tempo, se preferir, Deus. 


A mentira consiste em uma, sempre falha, tentativa de anular verdade alheias motivada por falsos medos.


Repare, falsos medos porque existe 1 verdadeiro, já falamos sobre isso.

E se os medos são falsos, quer dizer que eles são mentirosos por si só, reaparece que sempre é a falsa mentira alimentando mais falsas mentiras,

porque viver no verdadeiro medo pode causar muito sofrimento.


Repare leitor como tudo se amarra no tempo e no nada. Reflita.

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Sofrimento


Sofrimento é suicídio.


Sofrimento é a tentativa de matar o agora. Sofrimento é a negação do momento que se vive. É estar no lugar errado, no momento errado, fazendo a coisa errada. 


Sofrimento é causa do desequilíbrio harmônico.


Suicídio não consiste apenas em eliminar todo o tempo dessa vida de uma única vez.


O suicídio pode ser aos poucos.

Querendo que o tempo passe.

Querendo o fim quando está no começo. 


Se você entendeu bem, ficou fácil de concluir que vivemos em uma sociedade extremamente suicida, meu caro leitor.


O sofrimento é erro.


Novamente, o erro. E não: um erro. Não existe mais que um erro no mundo. Existe apenas um erro, que o fazer ser o erro.

Assim, como não existe certos (já falamos sobre a certeza), não existe os erros. 


Todos os os outros falsos erros, que não o único erro, precisam ser superados.


E acredite você ou não, aprendemos com o erro, porque ele sempre traz consigo o sofrimento e o sofrimento é. Assim como o amor, ele apenas é.

Sendo-o apenas o que é, temos mais um candidato a inútil em nossas vidas.


Sofrimento é erro, não é ruim.


Em outras palavras, ele supera o próprio tempo que está imerso, ao passo que só se faz presente quando imerso no mesmo.

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Aprendizado - conhecimento


Aprender consiste em caminhar para a incerteza, ou se preferir, para a liberdade. 


Consiste em ter sabedoria para escolher o seu melhor: é.

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Dúvida e resposta - loop


Enquanto houver dúvida haverá verdade.


Os servos da existência. Os servos dos “és” são o caminho para as respostas que buscam novas dúvidas.


Dúvida de qual o melhor caminho a ser percorrido para chegarmos a respostas para mais dúvidas.


Infinito.

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Melhor e/ou pior – escolhas


Não existe nada melhor que o amor? Essa frase por si só não tem coerência nenhuma.


O amor é. Sendo assim ele não precisaria nem existir.


Não existe nada pior que o sofrimento? Essa frase por si só não tem coerência nenhuma.


O sofrimento é. Sendo assim ele não precisaria nem existir.


A vida também é, espero que você tenha aprendido o suficiente para conseguir caminhar, na maior parte dos momentos entranhados do é que precisa ser para poder valer por si só.


Novamente o infinito se faz presente.

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Ódio


Fácil.

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Harmonia – a importância do equilíbrio, para todos e tudo que o reestabelecem


A oscilação, em um período, em torno de uma posição de equilíbrio devido à ação de uma força restauradora.


Força restauradora oriunda da necessidade pela criação. 


Ponto inicial para o entendimento do que é belo. 


Pela transformação. Pelo contínuo movimiento infinito que demanda a vida.


Força natural e não exclusiva da natureza.

Todo artista emana dentro dele uma força natural, extremamente transformadora que o controla, muito mais do que ele mesmo a controla.

Força que exige do artista a restauração do equilíbrio a partir da inutilidade do belo.


Belo para quem oscila de volta ao equilíbrio após a ação dessa força. 


Sofrimento sem fim para quem o estabelece.


O verdadeiro artista está fadado ao sofrimento.

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Criação/transformação/destruição


Volte para o começo.


Em outras palavras, ele supera o próprio tempo que está imerso, ao passo que só se faz presente quando imerso no mesmo.

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OUROBOROS


Alguma vez alguém me disse que o aleatório custa caro.


O nada para explicar o nada dentro de um período de tempo.

Somente o titulo do livro fala por si só. O livro todo se faz ser entendido pelo próprio nome: a metalinguística do nada.

Se me ousa, não só o livro, como a vida. A vida, nada mais é do que, a metalinguística do nada.


Ainda não entendeu? Tudo bem, vamos juntos. 


Sendo a metalinguística a arte de explicar algo usando ela mesma.

Você já entendeu aqui o conceito de algo que se basta por si só  (inútil), logo a metalinguística sendo inútil ela se faz que nem a vida,

logo sendo a vida nada mais que um pedaço de tempo, ela se faz sendo o tempo. 


Tempo. 


Portanto, traduzindo, agora temos um novo candidato a título do livro:

O tempo do nada.

Ora, jovem, o que seria o tempo do nada se não a tentativa mútua de coexistência que o força a penetrar nas dimensões superiores?

Dimensões das quisl nada mais é do que novamente a busca por essa coexistência. Chegamos no infinito, portanto.

Nos fazendo aqui, dando um novo possível candidato a título do livro: Infinito. 


Infinito imerso no infinito.

Mudança constante.

De novo.

Repita.


Sim, o tempo é e ele nos criou. 


Nos criou do nada, ou se preferir, do não é. Do nada que é muita coisa, sendo ele ao mesmo tempo nada.

Ao mesmo tempo não dá. Ao mesmo tempo, só se infinito. Infinito regido pelo és. És presente apenas no tempo, seja ele o nosso, seja ele o tempo que estamos inseridos.

E assim eu poderia escrever para sempre essas mesmas palavras. 


São voltas leitores, são círculos, são circunferências, são esferas. Loops, se assim preferir. Esferas dando voltas em esferas que dão voltas.

Sejam elas, sob a perspectiva humana, enormes ou micros. Universo e átomo.

Sejam elas um livro que vai do nada para o nada através do nada dentro de um tempo que não pode ser quando é nada. 


Metalinguagem do nada. Seja no amanhecer ou no anoitecer.


Note a similaridade da existência.


Não sejamos mais ingênuos.

Caso você seja mais um daqueles que nega a existência do Nada, que parte de um pressuposto "lógico"

para afirmar que é ilógico afimar a existência do Nada, eu te faço uma indagação: defina o Nada.


Defina, agora. Fale para si mesmo, o que é o Nada?


Ora, se você é capaz de nega-lo seria fácil defini-lo.


Se o definiu-o como fim ou como contrário ao Todo, lamento sua tolice.


Vou te dar uma dica aqui: o Nada está para o Todo assim como a Verdade está para os sentimentos.

Existem conceitos que não podem ser definidos e sim apenas sentidos.


A arte de se escrever é saber que nunca está pronto.


E pouco importa, é problema seu agora.

Afinal, eu escrevo para nada e não para você (e saiba que isso é algo lindo de se dizer para você mesmo).


APENAS UM DESABAFO

Não há mais espaço para falarmos uma língua que nos afasta. 

A liberdade reflexiva precisa existir para além da expressão, ela precisa emanar dentro de cada um, de forma extraordinária e radical. Radical de quem busca entender na raiz. 

Radical de boca fechada.

Não há mais espaço para recorrermos a ideias que parecem se arrastar ao longo do tempo, como um cadáver em que só existem os ossos e seguimos a roê-los incansavelmente. 

Ainda mais ideias de cadáveres que nunca sequer se deram ao trabalho de praticar a maior de todas as virtudes humanas: a humildade. Não entendem nada sobre o diverso, pervertido, complexo e poderoso mundo em que nos encontramos porque nem sequer entendem nada sobre si mesmos. 

Toda e qualquer tentativa, se é que houve alguma, de pensar com a própria cabeça foi vulgarizada por muletas sensuais de outros pensamentos, crenças, ideologias ou até mesmo manadas. O medo paralisante, estacionou a vida deles quilômetros de quem de fato eles são, porque de fato o que há é o mais restrito e absoluto: Nada.

Nada.

E do nada devemos entender que não há mais lugar para arrogâncias, nem mesmo as nossas com nós mesmos. Precisamos aceitar de uma vez por todas que, se estamos dispostos a querer pensarmos com as nossas próprias cabeças precisamos estar dispostos ao maior dos sacrifícios. 

O sacrifício de esquecer grande parte do que acreditamos saber sobre nós mesmos e termos a humildade da dúvida e da crítica para construirmos aquilo que precisa ser construído e destruímos aquilo que precisa ser destruído. 

Transformação não existe sem destruição. Destruição não existe sem sofrimento.

Larguem as muletas. 

Esqueçam o vomitar de palavras sem fim dos falsos filósofos. Acadêmicos. Descendentes e amantes de nações que nunca retiraram os asquerosos parasitas de suas antigas colônias. Dedicados a restringir o conhecimento.

Esqueçam o vomitar de palavras sem fim dos que se dizem profetas. Seres infernais. Rancorosos e medonhos que dedicam suas vidas à instalação e manutenção do caos em troca do seu Deus. Deus todo poderoso: o dinheiro.

Esqueçam o vomitar de palavras sem fim dos que se dizem capitalistas, liberais ou seja lá qual for o estupido sonho estadunidense por eles vividos. Seres subordinados a uma nação que pouco entende a sabedoria por trás da diversidade. Herança maldita dos europeus.

Esqueçam o vomitar de palavras sem fim dos que se dizem ter fórmulas prontas para tudo. Novos pastores do capitalismo, vivem para impactar seus rebanhos. Dedicam suas vidas à instalação e manutenção do caos em troca do sucesso financeiro. Sucesso. Não disse o seu sucesso. 

Para todos aqueles que dedicam suas vidas ao explicar, muito obrigado.


Para todos aqueles que dedicam suas vidas ao compartilhar, muito obrigado.

Por uma nova filosofia. Uma filosofia de inclusão. Uma filosofia que fale a língua que todos entendem. Uma filosofia que abrace, mas principalmente que empurre. 

Empurre para nunca mais voltar.

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