A metalinguagem do Nada

  “ Cada geração deve, numa relativa opacidade, descobrir sua missão, cumpri-la ou traí-la. ” Os Condenados da Terra (Les Damnés de la Terre), Frantz Fanon. Um embate me parece presente na nossa geração (sou nascido em 1997 para entendimento da contemporaneidade que eu falo). Um embate de consciência, uma reflexão angustiante entre eixos opostos mediante a inexorável presença da morte. Um embate quanto ao sentido do trabalho. Observo com muita estranheza as gerações anteriores à minha.  Até mesmo as mais próximas me parecem todos alienígenas, na minha opinião. Para eles a execução do trabalho, seja ele qual for, tem um sentido prático e pragmático muito bem estabelecido em suas mentes. Para eles, o trabalho tem fins de base, ou seja, serve para você conseguir duas coisas fundamentais: dinheiro e sentido de utilidade, não à toa que chamamos de dias úteis. Para eles (de maneira generalizada é claro, ou seja, estou cometendo um equívoco aqui, afinal sempre que generalizamos comet...

Imagine ter o poder de voltar no tempo, imagine tudo o que você poderia fazer.  A quantidade de dinheiro que poderia construir, afinal, você poderia voltar no tempo e inventar as coisas antes dos outros. Ou, se for mais preguiçoso, poderia acertar todos os números da loteria. Imagine a quantidade de livros que você poderia ler, afinal de contas você poderia viver para sempre naquele domingo de tarde chuvoso com um livro do Nietzsche nas mãos, poderia ler até todos eles duas ou duas mil vezes. Imagine poder voltar naquela noite perfeita em Osaka durante o Natal, com a rua coberta de neve e na presença da menina dos olhos de pura sedução. Imagine viver aquela noite de todas as formas possíveis. Um taxi? Não! Dessa vez vamos a pé, quero saber o que tem virando naquela rua. Andando? Não! Dessa vez vamos de taxi, quero saber logo o gosto do seu corpo de novo. Infinitas possibilidades, infinitos prazeres, infinitos poderes.  Agora imagine abrir mão de tudo isso. Por q...

Escrevo porque acredito nos meus sonhos.  1. Poemas (ou algo do tipo) escritos Observe Observe o atrito do caos com a ordem que faz a vida. Observe o crescer de uma bananeira. Observe a vida que percorre da terra até a última banana. Observe a banana sendo formada pelo tempo. Observe a vida sendo criada pelo atrito entre o caos e a ordem. -- Sussurrando por aí Deus emana a verdade para os sábios e os sábios sussurram ela por aí. Os sábios estão sempre, apenas, sussurrando por aí. Por isso não espere encontrar a verdade em livros. Por isso não espera encontrar a verdade em um poema (ou algo do tipo) escrito. Todo conhecimento escrito está preso à pelo menos 2 camadas de Deus. Por que? Porque os sábios estão sussurrando por aí...  -- Flores As flores são Dionísio na árvore de Apolo. A árvore pode ser sem a flor. Mas, seria como ir à uma festa sem música. A flor quer se libertar e reproduzir. E assim, deixará de ser um dia e se tornará uma árvore. As flores são como os sacerdotes...